(DES)prezar!

sábado, 7 de julho de 2012



Desprezar é algo quase como uma arte. Requer tempo, paciência e muita dedicação. Será que só desprezamos o que consideramos como indiferente? Ou o que amamos também acaba gerando desprezo?

Porque apesar de não parecer, desprezar também significa proteger. Quando nosso amor por alguém é tão grande e intenso, a ponto de que preferimos nos afastar na intenção de não machucar o outro. Pena que o efeito gerado é o oposto do esperado.

É difícil captar o ato de desprezar com conotação positiva. Quando somos desprezamos já vemos isso como o fim do mundo. Não raciocinamos mais nada e passamos a enxergar apenas os nossos defeitos ou até criamos defeitos que nem existem. Culpamos-nos impiedosamente. Jogamos o mundo o inteiro sob nossas costas. E sequer paramos para indagar e refletir: ‘O que eu fiz? Por que estou sendo tratada assim? Estou invisível agora?’’ E assim uma teia de confusão vai se formando em nossas mentes.

O desprezo é perturbador. Constrange e nos limita. Reduz-nos a seres miseráveis, capazes de tomar atitudes completamente impensadas pela mera ilusão de superioridade ou qualquer coisa do tipo.

O que nos leva realmente a desprezar algo ou alguém? O fato de nos sentirmos tão maiorais e acharmos que nossa atenção é o único fator que nos liga aos outros e vice e versa? Nesse ponto, humilde diferente de desprezo. Ambos andam distantes. Um oceano de outros sentimentos os separa.

Mas o que? O que aparenta é que nosso egoísmo salta aos olhos e só observamos a nós mesmos. Como se o mundo girasse somente ao nosso redor. Como se fossemos peça chave do quebra cabeça ou exclusivos. Mas o sentimento de desprezo também não passe de reflexo de nossas baixas-estimas. Optamos por ignorar no outro, aquilo que desejamos ter e quando falhamos em conseguir por conta própria, agimos como perfeitos egocêntricos e vamos aos poucos desaparecendo.

Desprezar rouba de cada um de nós, o que éramos e nos transforma em ‘um monte de quase’’. Um imenso grupo pós-moderno e maluco. 


3 comentários:

  1. Mas se bem que um desprezo estratégico, na hora certa e com a pessoa certa - ou seja: com o bastardo que tenta te ferrar te manipulando descaradamente - sempre dá certo e é incrivelmente bom.
    - la mia em seus dias de paola bracho, muhahaha -

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  2. Ninguém gosta de ser desprezado e quando isso acontece, a primeira coisa que pensamos é o que de errado fizemos, mesmo sabendo que não fez nada. É quase impossível passar pela nossa cabeça que isso seja uma forma de proteção por amor, amizade ou afins. Pelo menos eu penso assim... Mas esse texto me fez refletir sobre isso e talvez daqui para a frente eu passe a encarar isso diferente quando acontecer. Amei o texto!

    Beijos,
    Monique <3

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  3. Acredito que o desprezo é uma forma complicada de amar, de proteger de si mesmo o que tem medo de machucar. Mas esssa forma de amar doi, e dificil, poderia ser excluida da fase da terra. Seguindo.

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